Apesar de dificuldades políticas e econômicas em que muitos se encontram, governos da América do Sul prometem unir-se aos esforços internacionais para receber refugiados da Síria após a divulgação da foto de uma criança síria morta numa praia da Turquia ao tentar chegar na Europa.
A maior oferta de ajuda veio do país que vive a maior crise na região: a Venezuela, assolada por um misto de recessão, desabastecimento e inflação em três dígitos.
O presidente Nicolás Maduro, que já havia concedido centenas de bolsas de estudos a mais de cem jovens palestinos, se disse disposto a receber até 20 mil sírios, mas pediu ajuda da comunidade árabe na Venezuela para arcar com as passagens.
A oferta, que implica uma crítica política à incapacidade do regime de Damasco de proteger sua população, surpreende, já que Maduro se manteve alinhado ao ditador Bashar al-Assad desde o início do conflito, em 2011.
No Brasil, a presidente Dilma Rousseff afirmou durante a comemoração do Sete de Setembro que "momentos de dificuldade, de crise, como os que estamos passando" não impedirão o país de estar ajudando.
O Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) prorrogará as regras que flexibilizam a entrada de sírios.
Mais de 2.000 refugiados do país árabe já vivem no Brasil sob esse status -é cerca de um quarto do total de pessoas nessa condição que o país abriga.
O governo chileno, sacudido por escândalos de corrupção envolvendo o filho da presidente Michelle Bachelet, disse que irá acelerar os procedimentos legais para receber sírios. Até então, apenas dez cidadãos sírios haviam conseguido asilo no país.
Não está claro quantos refugiados a mais receberão permissão de residência, mas o ex-ministro Sergio Bitar, que tem origem síria, disse que ao menos 50 famílias serão contempladas.
A Argentina anunciou a extensão por um ano adicional de um programa especial de visto humanitário concedido a estrangeiros afetados pela guerra na Síria. Não está claro quantas famílias serão beneficiadas.
Uruguai e Paraguai já haviam recebido, cada um, dezenas de sírios bem antes da comoção gerada pela disseminação da foto do corpo de Aylan Kurdi, 3, em uma praia da Turquia, no último dia 2.
O caso uruguaio, porém, gerou atritos depois que refugiados se queixaram das condições de vida no país.
Na América do Norte, o governo do México está sob pressão da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de um pedido assinado on-line por mais de 100 mil mexicanos cobrando que o presidente Enrique Peña Nieto receba famílias sírias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário