domingo, 7 de abril de 2013

Problemas na pauta de Francisco I


Companheiros, caríssimos:
Recentemente Arnaldo Jabor afirmou em seu podcast da rádio CBN que os problemas enfrentados pelo Vaticano são os mesmos de um país comum: corrupção, burocracia e nepotismo. Certamente esses e outros problemas estarão na pauta do novo pontífice. 


'Uma Igreja pobre, para os pobres' é como o Papa Francisco descreveu o caminho de seu pontificado. Uma Igreja inspirada no humilde e devoto São Francisco de Assis.
No dia de sua entronização, no entanto, o caminho que se abre diante dele não pode ser resumido em apenas uma frase.
A queda no número de fiéis ao redor do mundo ou os escândalos de pedofilia que mancharam a imagem da Igreja Católica são dois dos principais desafios que o argentino Jorge Mario Bergoglio terá de enfrentar em seu pontificado.
Resta saber até onde o Papa Francisco estará disposto a ir para reformar uma instituição com mais de 1,2 bilhão de fiéis no mundo. Veja quais são os quatro principais desafios que ele enfrentará.
Escândalos de pedofilia
Limpar a imagem da Igreja Católica é provavelmente o maior desafio - ou pelo menos o mais urgente - que o Papa Francisco deverá enfrentar.

O grande número de casos de abusos sexuais de menores perpetrados no seio da Igreja Católica descobertos nos últimos anos prejudicou enormemente a imagem da instituição no mundo todo.
A deterioração de seu prestígio não ocorreu unicamente por causa dos abusos em si, mas também pelo encobrimento e pelos obstáculos colocados por parte da hierarquia para evitar que os responsáveis fossem punidos.
Para muitos, o pedido de perdão de Bento XVI chegou tarde demais e foi insuficiente. Caberá ao novo Papa abordar uma questão que está longe de ser esquecida.
Transparência nas contas
Outro desafio importante do novo Papa está relacionado à gestão econômica do Vaticano.

'A Igreja Católica é a maior organização do mundo e tem uma arquitetura financeira caótica', disse à BBC Mundo o jornalista Jason Berry, autor de As finanças secretas da Igreja, que tem investigado o tema nos últimos 25 anos.
'Por um lado, é muito hierárquica, centrada na autoridade do Papa, e por outro é totalmente descentralizada, com cada bispo responsável por uma diocese que funciona como um principado virtual.'
Na arquitetura a que Berry se refere, encontram-se os investimentos que o Vaticano canaliza através do Instituto para as Obras da Religião (IOR), também conhecido como Banco do Vaticano.
A revista britânica 'The Economist' calculou em uma de suas investigações que o portfolio de investimentos financeiros do Vaticano ultrapassa US$ 2,6 bilhões.
Segundo o colaborador da BBC Mundo Marcelo Justo, somente na Itália os interesses se estendem pelo sistema bancário, companhias aéreas, imóveis, empresas públicas e até na indústria cinematográfica.
Esse cenário contrasta com a imagem de simplicidade transmitida pelo novo Papa.
Por isso, é necessário um plano de transparência e eficiência que ponha fim às suspeitas e rumores sobre corrupção, dizem analistas.
Questões sociais
Uma crítica que se faz à atual hierarquia católica é sua imobilidade em certas questões, desde o uso de métodos contraceptivos até o papel das mulheres na Igreja, passando por assuntos mais polêmicos, como homossexualidade, aborto ou eutanásia.

Quando se soube que Bergoglio seria o novo papa, especialistas observaram que não se deve esperar grandes mudanças a respeito desses temas.
Durante sua presidência na Conferência Episcopal Argentina, Bergoglio se mostrou firme em sua posição contrária ao aborto e à homossexualidade.
Além disso, analistas dizem que, tendo a Igreja motivos de preocupação mais urgentes, é pouco provável que o Papa Francisco faça uma revolução nesse sentido.
No entanto, alguns setores esperam que a Igreja Católica mude - ou pelo menos suavize - seu discurso, o que seria outro desafio importante para o Papa Francisco.
Nessa mesma linha, espera-se também que o papa Francisco estenda a mão a outras religiões. Líderes muçulmanos e judeus receberam com satisfação a eleição de Bergoglio.
Queda no número de fiéis
Seja como consequência dos desafios descritos acima, pela competição com outras crenças ou simplesmente pelo rumo que nossa civilização adotou, o certo é que o número de católicos está em queda, e essa não parece ser uma tendência fácil de reverter.

O novo Papa terá a tarefa de recuperar o carisma de alguns de seus antecessores, como João Paulo II, e construir uma Igreja que apele verdadeiramente a todos, para poder cumprir com a mensagem expressada em sua declaração de intenções.

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