quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Desindustrialização do Brasil e a fuga das multinacionais

Há décadas o Brasil é marcado por uma altíssima e complexa carga tributária, gargalos logísticos, instabilidade política, insegurança jurídica e ausencia de reformas que estagnaram a renda do trabalhador brasileiro por décadas. Com isso, além do clima pouco favorável aos negócios, abre-se um novo problema: um mercado interno pouco atrativo. 


O PIB brasileiros já tinha decrescido em 2015 (3,5%), em 2016 (3,3%) e em 2019 (4,1%). Foram 3 quedas expressivas e muito próximas. Com isso, há um achatamento da classe média transformando o mercado interno 

Não, não é culpa exclusiva da pandemia. Os problemas que levaram a uma fuga de multinacionais e o fechamento de tantas empresas nacionais são estruturais. 


FORD - 5 mil empregos diretos - passará a importar artigos da Argentina, Uruguai, EUA e China. Camaçari-BA, Taubaté-SP e Horizonte-CE e, antes disso, em São Bernardo do Campo-SP. 

Mercedes-Benz - 370 empregos diretos - Limeira-SP

Audi - 

SONY - Manaus.

Roche - Rio de Janeiro - suico 

Eli Lily - farmacêutica americana, levou a produção para Porto Rico. Atuava no Brasil desde 1953.

Wendy's - Hamburgueria - fechou 4 lojas em SP

Häagen-dazs

Nike

Nikon

Fnac

  • 3M (EUA): a multinacional 3M anunciou, no fim de janeiro, o fechamento de sua fábrica em São José do Rio Preto. A marca prevê que esse movimento se conclua no segundo semestre de 2021, resultando na demissão de 120 funcionários.
  • Ford (EUA): em 12 de janeiro, a Ford enviou um comunicado à imprensa confirmando o fechamento de todas as suas fábricas no Brasil, ainda em 2021. A empresa, que mantém filiais em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e em Horizonte (CE), afirmou que tem sofrido perdas há anos e que a pandemia agravou a situação.
  • Mercedes-Benz (Alemanha): pouco antes disso, em dezembro, a Mercedes-Benz culpou a situação econômica do país pelo seu mal desempenho nas vendas de automóveis. A montadora fechou uma de suas fábricas, inaugurada em 2016, e demitiu mais de 350 funcionários. Caminhões e ônibus continuam sob produção nacional.
  • Wendy’s Company (EUA): a rede americana de hambúrgueres quadrados chegou ao Brasil em 2016 e não resistiu muito tempo. Em 2020, a franquia concluiu o processo de fechamento de suas unidades, com o encerramento da maior loja, localizada em São Paulo.
  • Forever 21: uma das varejistas de roupas do mundo também não deu certo por aqui. A Forever 21 chegou em 2014, mas no início deste ano já tinha encerrado as operações de quase todas as suas 31 lojas. A empresa, que passa por uma crise também nos Estados Unidos, não conseguiu negociar pagamentos atrasados com uma grande incorporadora de shoppings.
  • Walmart (EUA): o hipermercado americano mais tradicional vendeu 80% de suas operações brasileiras e teve seu nome alterado para “Big”, em agosto de 2019. Nenhuma das 550 lojas no país carrega o nome do varejista tão famoso no mundo.  
  • Glovo (Espanha): a startup de delivery Glovo também desistiu em 2019. A espanhola afirmou que o mercado brasileiro é muito competitivo e que precisaria de mais tempo e dinheiro para ter sucesso em seu modelo de negócios.
  • Roche (Suíça): em março de 2019, o grupo farmacêutico Roche avisou que fecharia sua fábrica no Rio de Janeiro, encerrando a produção de medicamentos em solo nacional. Na ocasião, a empresa informou que a operação carioca se mostrava insustentável.
  • Häagen-Dazs (EUA): a marca de sorvetes anunciou o fechamento de suas lojas próprias, em julho de 2018, como forma de equilibrar as operações no Brasil. Em 2016, a Häagen-Dazs já havia fechado as fábricas de São Paulo e demitido mais de 400 funcionários.
  • Nikon (Japão): em setembro de 2018 foi a vez da gigante de fotografias. A japonesa Nikon comunicou o encerramento de sua atuação e interrompeu a venda de câmeras, lentes e acessórios. A marca informou que passava por um processo de reestruturação.
  • Fnac (França): em outubro de 2018, o site brasileiro da Fnac saiu do ar e trazia a informação da finalização das atividades. A francesa informou que seu estoque estava cada vez mais injusto em face à recessão econômica que vivia o Brasil no período.
  • Citibank (EUA): depois de completar 100 anos em solo brasileiro, o Citibank resolveu abandonar a sua atuação no ramo varejista, no início de 2016, e focar somente em investimentos e clientes com grandes patrimônios. O banco Itaú assumiu suas 70 agências e uma carteira de quase meio milhão de clientes.
  • Kirin Holdings (Japão): a empresa de bebidas japonesa que investiu R$ 4 bilhões no mercado nacional deixou o país 6 anos depois, em 2017. A empresa foi comprada pela holandesa Heineken que assumiu as operações da Brasil Kirin.
  • Nintendo (Japão): em 2015, ainda no começo da crise, a japonesa de games Nintendo disse que não distribuiria mais jogos e consoles no Brasil, haja vista que o ambiente local de negócios tornou o modelo de distribuição insustentável. Em setembro do ano passado, porém, a desenvolvedora decidiu voltar ao mercado nacional, já com um novo produto, o Nintendo Switch.
  • HSBC (Reino Unido): também em 2015, o banco britânico decidiu acabar com as suas principais operações no Brasil e na Turquia. Com isso, o HSBC vendeu sua carteira para o nacional Bradesco e, assim como o Citibank, segue atendendo apenas clientes corporativos e com grandes fortunas.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio, além das multinacionais, outras 5500 industrias fecharam as portas em 2020. 

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