A Chiquita Brands e o grupo Cutrale/Safra anunciaram nesta segunda-feira (27/10), um acordo definitivo de aquisição da Chiquita pelas empresas brasileiras. O negócio, aprovado por unanimidade pelo Conselho Administrativo da Chiquita, prevê que a Cutrale/Safra irá adquirir todas as ações da empresa americana por US$ 14,50 por ação. A oferta avalia a empresa norte-americana em US$ 742 milhões.
O valor por ação representa um prêmio de 33,8% sobre o preço de fechamento do dia 7 de março de 2014, última sessão antes do anúncio das negociações de fusão da Chiquita com a irlandesa Fyffes. O valor total da transação é de aproximadamente US$ 1,3 bilhões, incluindo a dívida líquida da Chiquita. Segundo a Chiquita, o acordo deve ser oficializado entre o final deste ano e o início de 2015.
Durante a semana passada, duas influentes empresas que prestam consultoria a acionistas fizeram recomendações divergentes sobre o negócio. A Glass Lewis & Co. recomendou aos acionistas da Chiquita que votassem contra a fusão. Já a Institutional Shareholder Services (ISS) mudou sua recomendação original e defendeu a combinação das duas empresas.
A Chiquita já havia recusado mais de uma vez as ofertas de compra da Cutrale/Safra. A primeira oferta, feita em agosto, foi de US$ 13 por ação. Na quinta-feira passada, um dia antes da votação de acionistas da Chiquita sobre a fusão com a Fyffes, o grupo brasileiro aumentou pela segunda vez sua proposta de compra à produtora de bananas.
Vitória
A aquisição é uma vitória para o banqueiro brasileiro de origem libanesa Joseph Safra e para o barão do suco de laranja José Luís Cutrale, que uniram forças para acrescentar a Chiquita aos seu portfólio de negócios, que já inclui laranja, maçãs, pêssego, limão e soja.
"Para assegurar que a Chiquita tenha a melhor e mais sustentável plataforma neste setor, a Chiquita poderá acessar a grande experiência do Cutrale-Safra em todos os aspectos da cadeia de valor de frutas e sucos e sua ampla experiência financeira", segundo um comunicado.
Chiquita, Fyffes, Fresh Del Monte Produce e Dole Food controlam o mercado global de bananas, avaliado em US$ 7 bilhões anuais. As ações da Chiquita subiram mais de 40% desde 11 de agosto, quando o Cutrale-Safra tornou pública sua intenção de assumir o controle da empresa. As ações da Chiquita fecharam em US$ 14,16 na sexta-feira.
O Cutrale-Safra também irá assumir as dívidas da Chiquita, com uma unidade do grupo Safra, o banco J. Safra Sarasin AG, ampliando a recompra de títulos de dívida emitidos pela Chiquita com vencimento em 2021.
O negócio ocorre em meio ao esforço de Safra, o banqueiro mais rico do mundo com uma fortuna de US$ 16 bilhões, de diversificar seus investimentos além do setor bancário, financeiro e imobiliário.
Já Cutrale e sua família, que enfrentam o declínio global no consumo de suco de laranja, têm ampliado atuação em novas regiões e produtos, depois de entrarem no negócio de comercialização de grãos em anos recentes.
"Nós esperamos trabalhar com o Cutrale-Safra para garantir uma transição suave e uma transação completa o mais rápido possível", disse o presidente-executivo da Chiquita, Ed Lonergan, segundo comunicado.
A transação está sujeita à aprovação de órgãos regulares e a expectativa é que esteja concluída no início de 2015, segundo o comunicado.
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